terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Women



Gosto de pensar que nós, mulheres, por mais diferentes que sejamos, loiras ou morenas, equilibradas ou malucas, sensíveis ou duronas, partilhamos todas de pequenas coisas.

Tenho a certeza que todas vocês reconhecem as típicas situações que nos embaraçam quando desvendadas por outrem… situações como desdobrarmo-nos em sorrisos quando pegamos no telemóvel, darmos connosco próprias a olhar para o vazio que ocupamos recordando sorrisos, palavras, gestos, promessas, olhares, … , chegar a casa aterrar na cama, morder os lábios e sorrir desmesuradamente agarradas à almofada, … ou situações como episódios esporádicos de mau humor, sem justa causa, que na sentença final dão silenciosamente como culpada a ausência de atenção, a ausência de os sentirmos presentes das mais variadas formas.

Como detestamos colocar toda a nossa sensualidade, feminismo e fragilidade em cima de uns saltos altos, dentro duns jeans bem apertados e duma camisolinha bem arrojada, por entre o cabelo solto, e os pormenores da maquilhagem (ou não) e não roubar um sorrisinho que seja, ou não chegar a sair, ficando a fazer zapping até “arrepiar os nervos”, ou não receber sequer um “ Como estás bonita!”. E dizem eles, que somos complicadas, quando pedimos tão pouco =P

Porque se há coisa que nos une é o sentimento que nos atrai ou repele do sexo oposto. Tanto nos juntamos para partilhar uma série de adjectivos exageradamente qualificados, como para “esmiuçar” a sua falta de jeito, originalidade, etc. , para nos cativar.

Gosto de pensar…somos mulheres e basta! Gostamos do mais pequeno pormenor, tal como adoramos falar de tudo e mais alguma coisa, e quando é para votar a baixo, juntemo-nos nós =)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ruas da saudade


Correm as lágrimas quando recordo as histórias das ruelas e calçadas desta "nossa" cidade graciosa. Este vento da serra que me sopra sorrateiramente instala aquela sensação de desconforto confortável e enche-me a alma. Desponta a vontade de voltar a ser criança. Vem a vontade de conhecer novas rotas, a coragem e valentia acompanhada de um medinho esquisito. Suspiros de querer ir e ao mesmo tempo ficar eternamente presa a tudo o que é meu! Vou olhar para cada um de vocês, levar as vossas cores para dar vida ao meu novo começo de vida. Vamos à margem rio, falar de não sei quê, falando de nada?

Vou levar aquele docinho de Tarouca, as promessas de São João da Pesqueira,um cheirinho de sotaque de São João de Ver (ou será, Sãon Joãoee de Beré =P). Passo na minha Veneza portuguesa e mato saudade dos "meus mais que tudo" e aproveito a viagem para agarrar uns ovos moles e dar uma passeata nas ruas onde cresci, nos cantos e recantos da cidade que tantos segredos guarda. Coimbra, hmmm,...Coimbra! De ti levo as noites de queima desiguais que o rio Mondego cala. Vou voltar ao Portugal dos pequeninos ainda mais criança do que fui a primeira vez.

Vou passar em Monte Redondo, roubar-te um abraço e ouvir “Garota, é trabalho que tem de ser feito!”, guardar o teu sorriso e retribuir essa força.
Vila de Óbidos, vou perder mais uma vez o Festival Internacional do Chocolate! Para o ano não escapo!

Vou abraçar o Tejo que tão delicadamente beija a cidade de Lisboa. Vou passar em Sete Rios, acenar às memórias que por lá deixei. Desato a correr, porque “Lisboa não é a cidade perfeita” para mim.

Por entre os regressos, vou conhecendo os vossos “mundos novos”. Vou contar com um passeio pedestre no Seixal para “dois dedos de conversa e um chá”. Vou descansar no teu ombro, mais umas vezes. Ai a saudade…

Enquanto descarrego as toneladas de músicas, e anseio por ouvir o “Bruno Aleixo a falar na rádio” para me desmanchar à gargalhada, vou-me perdendo no verde e no azul do nosso Portugal(inho).

Quero ter registos no distrito de Évora, quero sentar-me no Templo Romano, quero andar de vespa na calmia destes ares quentes.

Quero seguir a dedo a rota de sabores das tantas regiões por onde desejo passar um dia ou outro, este ano ou no próximo.

Vou perder-me no Alentejo, entre a Costa Vicentina e o verde que abunda por entre os vales e planícies. Vou desesperar Kms e quando tiver de ” sair na saída”, vou pôr o pezinho na praia, vou desejar sentir toda esta nostalgia quando voltar a última vez ao colo do Norte!

Até lá, vou render-me aos ares algarvios, a todo um novo mundo de experiências, vou sentir-me uma garotinha a aprender a andar de novo.

Quando regressar vou trazendo saudades para matar, novas paragens, novas peripécias, novas rezinguices, só espero não trazer aquele sotaque do Sul...Mas contem com isso ;)

Beijinho bom