sexta-feira, 26 de junho de 2009

Passos em volta


Quando sentimos que temos todo o nosso ser sob um fio, quando para trás temos um porto seguro e para a frente temos uma infinidade de possibilidades.
Procuramos...
... Manter o equilíbrio para não tombar para os lados (na indecisão do lado a optar) , para não ficar suspenso. Porque nem sempre temos uma rede segura que nos agarre e proteja.
... Respirar para não entrar em pânico, para sentir tranquilidade e procurar algo que nos ajude a colocar pé ante pé sobre o fio.
... Olhar para a frente com assertividade, porque se olharmos para baixo perdemos a confiança, ganhamos o medo e lembramo-nos do caos calmo que vivemos naquele preciso momento.


Quem não se sentiu um dia, com a certeza de que ia tombar, mas não sabia para que lado?


Quem não ficou um dia suspenso?


Quem não reclama o caos calmo da sua vida?
Por entre os "recortes do tempo" que vasculho na caixa de sapatos, surge num post-it verde a frase
"Quem quer arranja Maneira, Quem Não quer arranja Desculpa."
recorda a ladainha " Agora não que eu acho que não posso"
recorda o "Vão sem mim que eu vou lá ter"
o "Agora sim, damos a volta a isto"
o " Estou aqui, abre a porta"
P.S.: Obrigada.

domingo, 14 de junho de 2009

A verdadeira rezinguice

Hoje vou dedicar um curto espaço de tempo para falar de rezinguice. Muito bem! , rezinguice, é a capacidade ou o acto de ser rezinga. Mas o que é ser rezinga?
Sabem aquelas pessoas que num espaço de 10 minutos, nem tanto, não evitam dizer o quanto odeiam, o quanto menosprezam a vizinha, o colega, ou um ou outro indivíduo que simplesmente tem um modo de vida, um pouco... vamos-lhe chamar de..."diferente"!? Ou aquelas pessoas que estão no seu ritual de café depois do almoço ou do jantar e têm a delicadeza de criticar minuciosamente a empregada que vem com muita simpatia servi-las à mesa. Ou o café está demasiado queimado, ou o pires está vergonhosamente encharcado de café, ou a antipatia e rudez com que colocou as coisas em cima da mesa (que, por acaso estava suja e peganhenta), ou porque naquele dia vinha mal aprontada... e portanto, como não podia deixar de ser, estes factos devem ser observados e explicitamente comentados, não sejam os rezingas portugueses. Português que é português não tolera estes pequenos pormenores ( pequenos, como quem diz!)!!
Isto para não entrar na conversa da condução nas estradas portuguesas, na qual entrariam os passeios de Domingo à tarde, em que as pessoas gostam de tirar o carro da garagem e irritar pessoas que até são bem intencionadas e com bom coração, mas que quebram a paciência com a lentidão da marcha, com o "parvalhão" que não passou no amarelo e as fez ficar mais um minuto parado no sinal vermelho (amigos, tempo é dinheiro, há que compreender), ou o "tal" que decidiu colocar-se em marcha de passerelle na passadeira ( mais vulgarmente conhecida como passagem de peões). Não entremos por aí...Porque quando se fala em Domingo, vem à memória as cerimónias matinais e religiosas que fazem com que o despertador toque mais cedo para que marquemos a presença num local em que toda a gente da aldeia se encontra, e convive no final. Este "convive no final" implica falar mal da filha da Maria que ontem chegou a casa às 6 da madrugada, falar mal da Ti Glória, que coitadinha criou os filhos e agora só lhe querem a fortuna, entre outras... Isto é tudo aquilo que um padre deseja depois de "orar às suas ovelhas"!
E já se perdeu o conceito de rezinga no meio destas "piquenas" observações... Mas rezinga que é rezinga está no meio desta gente do corte e costura e não consegue, um segundo sequer, estar bem com o mundo, porque o seu dever de estar sempre atento aos erros dos outros é demasiado importante.